Semana ‘estranha’, não sei se essa seria a palavra correta, mas a que se encaixa no que estou sentindo.
Um ano sem a sua presença – Vô. É incrível como ainda não me acostumei com a sua ausência. Vinte de julho, data da qual gostaria de tirar do meu calendário.
Não me ligo em datas, e não precisaria está lembrando todo dia vinte que já se passaram um, três, seis ou onze meses sem meu avô, seria desnecessário.
Mas, esta semana... foi diferente. Vinte de julho não saia da minha cabeça, talvez pela forma como tudo tenha acontecido há um ano.
Conseguir viver tudo que eu não vivi em um ano, apenas nessa semana. Seu cheiro não saiu do quarto, ouvi Lynne te chamando, cheguei a pensar que iria te encontrar na cozinha, e para completar achei que o Senhor estava abrindo o portão.
Te deixei tão bem no sábado, quando fui para o Trivela de Ilhéus – o último beijo que o Senhor me deu ficará guardado para sempre. Quando chego no domingo... um dia depois, apenas! Te encontro da forma que jamais gostaria de ter visto.
A pior dor do mundo! Dor essa que não passa nunca, só o vazio que aumenta. Foi isso que sentir ao chegar
Foi um ano terrível, o pior dia dos pais, o pior Natal sem o seu discurso, a pior Semana Santa sem o Senhor para viajar com minha avó, meu pio aniversário (sem dúvida, esse foi o pior dia), o pior São João, e dia vinte de julho o pior dia do ano.
Meu vô, o Senhor foi antes de me ver formar, de te dar um bisneto... Talvez o Senhor tenha deixado de ver muita coisa que ainda queria, mas tenha certeza que irá ver tudo.
Minha mãe está atuando como enfermeira, o seu sonho.
Todos estão “bem”, eu estou voltando para a faculdade, e sei que tudo está se ajeitando porque tem o dedinho seu.
Que essa dor que sinto passe logo, pois é uma dor quase que insuportável. Mas a lembrança, a saudade e o amor, esses não acabam nunca.
Um comentário:
você me fez chorar. te odeio! hahaha (L)
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